quinta-feira, 15 de novembro de 2007

TRATADO DE ATEOLOGIA (TRECHO)

A CONSTRUÇÃO DE JESUS

1 Histórias de falsários
Evidentemente Jesus existiu – assim como Ulisses e Zaratustra, e pouco importa saber se viveram fisicamente, em carne e osso, numa época precisa num lugar identificável. A existência de Jesus não é de modo nenhum comprovada historicamente. Nenhum documento contemporâneo do acontecimento, nenhuma prova arqueológica, nada de certo permite concluir hoje pela verdade de uma presença efetiva na articulação dos dois mundos abolindo um, nomeando o outro.
Não há túmulo, não há sudário, não há arquivos, com exceção de um sepulcro inventado em 325 por santa Helena, mãe de Constantino, muito dotada, pois também se deve a ela a descoberta do Gólgota e a do titulus, pedaço de madeira que traz o motivo da condenação. Um pedaço de tecido que a dataçâo por carbono 14 atesta datar do século XIII de nossa era e que só um milagre poderia fazer com que envolvesse o corpo de Cristo mais de mil anos antes do cadáver putativo! Finalmente, três ou quatro vagas referências muito imprecisas em textos antigos – Flávio Josefo, Suetônio e Tácito –, certamente, mas em cópias feitas alguns séculos depois da suposta crucificação de Jesus e principalmente bem depois do sucesso de seus turiferários...


Temos a obra completa (em espanhol) na Biblioteca dos VEFs (Sub pasta ONFRAY)

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